Como diz F. Nietzsche,
“quando se conhece o leitor, já nada se faz pelo leitor…”. E o perigo dos
“media” reside no facto de conhecer o leitor apenas como ser facilmente
influenciável, a quem se deve oferecer tudo o que ele deseja sem qualquer
preocupação. Inventam-se novos valores, despertam-se novos interesses,
criam-se imagens de bem-estar. Por isso, a comunicação social começa a
levantar problemas ao homem e às próprias instituições. Pelo seu enorme poder e
a sua capacidade persuasiva começa a transformar-se na arma secreta de todos
aqueles que conseguem ter nas mãos os principais meios de comunicação escrita
ou audiovisual.
Compreender o mundo que
nos é oferecido pelos meios de comunicação social é extremamente importante
para que continuemos a ser homens individuais, criadores e dotados de uma
personalidade própria.
COMPREENSÃO
DA MENSAGEM
Praticamente
em todas as casas existem um ou vários aparelhos de televisão e de rádio. Os
jornais também são uma fonte de informação. A televisão, a rádio e os jornais
têm certamente mudado a vida dos homens. Como?
Tem
promovido a igualdade: Nos dias de hoje, o Presidente da República pode estar a
assistir, no palácio á noite, ao mesmo programa que um trabalhador camponês na
sua choupana. Concertos, óperas, ballet e teatro têm chegado a classes sociais
antes privadas desses campos artísticos de entretenimento e educação.
Documentários
têm criado o desejo de viajar e até mesmo despertado vocações. Programas
geográficos têm promovido a compreensão internacional. Tem-se promovido maior
tolerância entre raças e povos. Têm ampliado a mentalidade das pessoas. Deixamos
de ter uma “visão provinciana”. A televisão tem preenchido as horas de solidão
de idosos e doentes.
Mas,
existem perigos ocultos, que precisamos ser capazes de enxergar. Quais?
Por
exemplo a televisão, pode ser uma companhia para os solitários, mas que espécie
de companhia? Pode trazer a cobertura jornalística ao vivo de acontecimentos
mundiais ou locais, mas pode também canalizar propaganda insidiosa e ser usada
por homens egoístas para doutrinar pessoas. Pode divertir-nos, com os seus
anúncios engenhosos, mas tem contribuído para criar uma sociedade materialista.
Fornece entretenimento barato, mas tem deturpado os nossos conceitos sobre
sexo, violência, e honestidade. Talvez sirva como “babysitter” para os nossos
filhos, mas que dano está ela a causar à mente e ao seu coração?
O renomado autor de TV,
Paddy Chayefsky, disse: “A televisão torna ásperas
todas as complexidades das relações humanas, brutaliza-as, torna-as
insensíveis. Não mais somos susceptíveis a ficar escandalizados. Perdemos o
nosso senso de humanismo. Esse é o problema básico da televisão.”
3.
Considero que um dos maiores problemas da comunicação social tem que ver com a
honestidade ou a falta dela.
Por
exemplo em relação às notícias: Em muitas partes os
noticiários estão a perder a credibilidade. Isto acontece porque a televisão
tem sacrificado a exactidão, a veracidade e a imparcialidade dos temas, na
busca de uma boa história. Por exemplo, grandes partes das notícias são
apresentadas com recurso a gravações de arquivo com o objectivo de tornar a
história mais sensacional. Nós deveríamos ser informados disso, mas raramente
acontece.
Outro erro comum tem que
ver com as estatísticas. Especialmente quando envolve desastres ou guerras, e numa
altura em que é impossível saber-se o número exacto de mortos ou feridos, os
jornalistas muitas vezes dão estimativas exagerados que raramente são
corrigidas depois. Os jornalistas querem promover as suas histórias; os
editores os seus jornais e os assistentes sociais, as suas agências.
Sobre a
publicidade: A publicidade visa deixar-nos descontentes com o que temos
e desejosos do que não necessitamos. Cria uma fome insaciável, leva ao
debilitante consumismo e gera os prolíferos depósitos de lixo que poluem a
Terra. A sua insidiosa persuasão invade pouco a pouco até mesmo os corações
cansados dos que vivem em desesperada pobreza. São cada vez mais as pessoas que
estão endividadas até às orelhas porque se deixaram levar pela publicidade
enganosa. Muitas nem mesmo tem uma casa de banho decente em casa, mas precisam
de duas ou três televisões. Não se alimentam convenientemente, mas têm o último
modelo de automóvel. Não têm dinheiro para pagar as suas dívidas, mas não são
capazes de prescindir da TV por cabo ou do tabaco.
A propaganda: Mesmo
quando os meios de comunicação social são completamente independentes de
qualquer controlo governamental, poderosos grupos de influência ou anunciantes
ricos podem influenciar as notícias nos campos da religião, indústria e da
política. Notícias manipuladas são uma forma subtil de censura. E quando estes
meios de comunicação são o monopólio estatal, então o efeito da propaganda é
maior. De uma maneira ou de outra, interesses egoístas podem manipular os
factos por mostrar apenas um lado da questão.
4.
Especialmente nas chamadas nações democráticas, felizmente existem algumas
entidades, que procuram regular e fiscalizar a publicidade enganosa, os
conteúdos na televisão ou rádio através dos Provedores do ouvinte ou do
telespectador. Mas cada um de nós, precisa ter discernimento para não acreditar
em tudo que vemos, ouvimos ou lemos nos órgãos de comunicação social. Não
podemos ser como “esponjas” que absorvem tudo o que for líquido. Temos que
saber distinguir entre bazófia e realidade.
5. Como
tudo neste mundo em relação a quase todos os temas, há sempre quem diga o
contrário, mas como se costuma dizer, contra factos não há argumentos. No texto
podemos constatar que o autor expressa uma opinião, quando diz : “A imprensa escrita, a radiodifusão, a televisão e o cinema
tornaram-se indispensáveis à vida do homem”. Penso que isto não é assim com todas as pessoas, mas, é
um facto comprovado que a comunicação social pode ser, e tem sido uma ARMA
SECRETA usada para modificar a mentalidade, a cultura e os modelos culturais, e
tem tido assinaláveis êxitos, creio que já ninguém duvida.
6. “Tem
magia, a televisão. É o mundo em nossa casa.”
Fernando
Namora
A televisão é uma poderosa
ferramenta de ensino. Com ela aprendemos sobre terras e povos que talvez nunca
iremos visitar. Com ela podemos “viajar” para selvas tropicais e para regiões
gélidas nos pólos, para picos montanhosos e para as profundezas dos oceanos.
Examinamos tanto os mundos intrigantes dos átomos como das estrelas. Vemos as
notícias ao vivo do que está a acontecer do outro lado do globo. Recebemos
informações sobre política, história, eventos actuais e cultura. A televisão
nos diverte, instrui e influencia.
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