sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Comunicação Social - Arma Secreta

A comunicação social enche as nossas casas, impede-nos o caminho, ocupa-nos o tempo de lazer ou serve-nos de companhia ao longo da via­gem. Já não somos capazes de viver sem os “mass media”! Já não con­seguimos passar sem o noticiário, as imagens da televisão ou os comentários jornalísticos! A imprensa escrita, a radiodifusão, a televisão e o cinema tornaram-se indispensáveis à vida do homem. Com a invenção dos satélites de telecomunicações e com a expansão da informática, os “media” transformaram-se em forças poderosas que não se limitam ao campo meramente informativo, mas tendem a modificar a mentalidade, a cultura e o comportamento do homem. Chegam de todo o lado, invadem o espaço e impõem as suas ideologias e os seus modelos culturais. Por vezes, cortam ou relegam para segundo plano o diálogo entre as pessoas.

Como diz F. Nietzsche, “quando se conhece o leitor, já nada se faz pelo leitor…”. E o perigo dos “media” reside no facto de conhecer o leitor ape­nas como ser facilmente influenciável, a quem se deve oferecer tudo o que ele deseja sem qualquer preocupação. Inventam-se novos valores, desper­tam-se novos interesses, criam-se imagens de bem-estar. Por isso, a comu­nicação social começa a levantar problemas ao homem e às próprias instituições. Pelo seu enorme poder e a sua capacidade persuasiva começa a transformar-se na arma secreta de todos aqueles que conseguem ter nas mãos os principais meios de comunicação escrita ou audiovisual.

Compreender o mundo que nos é oferecido pelos meios de comunicação social é extremamente importante para que continuemos a ser homens individuais, criadores e dotados de uma personalidade própria.


COMPREENSÃO DA MENSAGEM

Praticamente em todas as casas existem um ou vários aparelhos de televisão e de rádio. Os jornais também são uma fonte de informação. A televisão, a rádio e os jornais têm certamente mudado a vida dos homens. Como?

Tem promovido a igualdade: Nos dias de hoje, o Presidente da República pode estar a assistir, no palácio á noite, ao mesmo programa que um trabalhador camponês na sua choupana. Concertos, óperas, ballet e teatro têm chegado a classes sociais antes privadas desses campos artísticos de entretenimento e educação.

Documentários têm criado o desejo de viajar e até mesmo despertado vocações. Programas geográficos têm promovido a compreensão internacional. Tem-se promovido maior tolerância entre raças e povos. Têm ampliado a mentalidade das pessoas. Deixamos de ter uma “visão provinciana”. A televisão tem preenchido as horas de solidão de idosos e doentes.

Mas, existem perigos ocultos, que precisamos ser capazes de enxergar. Quais?

Por exemplo a televisão, pode ser uma companhia para os solitários, mas que espécie de companhia? Pode trazer a cobertura jornalística ao vivo de acontecimentos mundiais ou locais, mas pode também canalizar propaganda insidiosa e ser usada por homens egoístas para doutrinar pessoas. Pode divertir-nos, com os seus anúncios engenhosos, mas tem contribuído para criar uma sociedade materialista. Fornece entretenimento barato, mas tem deturpado os nossos conceitos sobre sexo, violência, e honestidade. Talvez sirva como “babysitter” para os nossos filhos, mas que dano está ela a causar à mente e ao seu coração?

O renomado autor de TV, Paddy Chayefsky, disse: “A televisão torna ásperas todas as complexidades das relações humanas, brutaliza-as, torna-as insensíveis. Não mais somos susceptíveis a ficar escandalizados. Perdemos o nosso senso de humanismo. Esse é o problema básico da televisão.”

3. Considero que um dos maiores problemas da comunicação social tem que ver com a honestidade ou a falta dela.

Por exemplo em relação às notícias: Em muitas partes os noticiários estão a perder a credibilidade. Isto acontece porque a televisão tem sacrificado a exactidão, a veracidade e a imparcialidade dos temas, na busca de uma boa história. Por exemplo, grandes partes das notícias são apresentadas com recurso a gravações de arquivo com o objectivo de tornar a história mais sensacional. Nós deveríamos ser informados disso, mas raramente acontece.

Outro erro comum tem que ver com as estatísticas. Especialmente quando envolve desastres ou guerras, e numa altura em que é impossível saber-se o número exacto de mortos ou feridos, os jornalistas muitas vezes dão estimativas exagerados que raramente são corrigidas depois. Os jornalistas querem promover as suas histórias; os editores os seus jornais e os assistentes sociais, as suas agências.

Sobre a publicidade: A publicidade visa deixar-nos descontentes com o que temos e desejosos do que não necessitamos. Cria uma fome insaciável, leva ao debilitante consumismo e gera os prolíferos depósitos de lixo que poluem a Terra. A sua insidiosa persuasão invade pouco a pouco até mesmo os corações cansados dos que vivem em desesperada pobreza. São cada vez mais as pessoas que estão endividadas até às orelhas porque se deixaram levar pela publicidade enganosa. Muitas nem mesmo tem uma casa de banho decente em casa, mas precisam de duas ou três televisões. Não se alimentam convenientemente, mas têm o último modelo de automóvel. Não têm dinheiro para pagar as suas dívidas, mas não são capazes de prescindir da TV por cabo ou do tabaco.

A propaganda: Mesmo quando os meios de comunicação social são completamente independentes de qualquer controlo governamental, poderosos grupos de influência ou anunciantes ricos podem influenciar as notícias nos campos da religião, indústria e da política. Notícias manipuladas são uma forma subtil de censura. E quando estes meios de comunicação são o monopólio estatal, então o efeito da propaganda é maior. De uma maneira ou de outra, interesses egoístas podem manipular os factos por mostrar apenas um lado da questão.

4. Especialmente nas chamadas nações democráticas, felizmente existem algumas entidades, que procuram regular e fiscalizar a publicidade enganosa, os conteúdos na televisão ou rádio através dos Provedores do ouvinte ou do telespectador. Mas cada um de nós, precisa ter discernimento para não acreditar em tudo que vemos, ouvimos ou lemos nos órgãos de comunicação social. Não podemos ser como “esponjas” que absorvem tudo o que for líquido. Temos que saber distinguir entre bazófia e realidade.



5. Como tudo neste mundo em relação a quase todos os temas, há sempre quem diga o contrário, mas como se costuma dizer, contra factos não há argumentos. No texto podemos constatar que o autor expressa uma opinião, quando diz : “A imprensa escrita, a radiodifusão, a televisão e o cinema tornaram-se indispensáveis à vida do homem”. Penso que isto não é assim com todas as pessoas, mas, é um facto comprovado que a comunicação social pode ser, e tem sido uma ARMA SECRETA usada para modificar a mentalidade, a cultura e os modelos culturais, e tem tido assinaláveis êxitos, creio que já ninguém duvida.

6. “Tem magia, a televisão. É o mundo em nossa casa.”

Fernando Namora

A televisão é uma poderosa ferramenta de ensino. Com ela aprendemos sobre terras e povos que talvez nunca iremos visitar. Com ela podemos “viajar” para selvas tropicais e para regiões gélidas nos pólos, para picos montanhosos e para as profundezas dos oceanos. Examinamos tanto os mundos intrigantes dos átomos como das estrelas. Vemos as notícias ao vivo do que está a acontecer do outro lado do globo. Recebemos informações sobre política, história, eventos actuais e cultura. A televisão nos diverte, instrui e influencia.

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