São 7 os estágios do processo de clonagem
1º- É extraído um óvulo não fertilizado do corpo dador.
2º- É removido o seu núcleo que contém o ADN.
3º- Do corpo a ser clonado é obtido uma célula apropriada, como
por exemplo, uma célula da pele cujo núcleo contem a planta genética do
possuidor.
4º- Esta célula ou apenas o seu núcleo é inserido no óvulo
enucleado e, é passada uma corrente eléctrica através do núcleo.
5º- Isto funde a célula e o citoplasma do óvulo.
6º- Com o seu novo núcleo, o óvulo passa a dividir-se e cresce
como se estivesse fertilizado e assim começa a desenvolver-se um clone da
criatura da qual se retirou a célula adulta.
7º- O embrião pode agora ser implantado no útero de uma mãe de
aluguer.
2ª Questão: Os dois objectivos distintos da
clonagem?
1-A clonagem reprodutora
Neste caso o embrião é deixado no útero da mãe de aluguer até ao
parto. Tem vários objectivos:
Animais domésticos clonados por encomenda. Poderá
ser o caso de alguém que gosta muito do seu animal, mas sabendo que este
acabará por morrer, guardando com antecedência o seu ADN, poderá encomendar um
clone que será idêntico ao original. O primeiro caso nos Estados Unidos de
animais domésticos clonados sob encomenda foi o de um gatinho de uma senhora do
Texas, que lhe custou 50 mil dólares. Naturalmente com 50 mil dólares, ela
poderia ter providenciado abrigo para muitos gatos abandonados.
Usar os animais clonados para fabricar produtos farmacêuticos. A ovelha
Dolly foi o primeiro animal clonado a partir de uma célula adulta. Os
cientistas implantaram o núcleo de uma célula da glândula mamária de uma ovelha
adulta num óvulo enucleado. O objectivo dos cientistas que clonaram Dolly era
melhorar os animais de criação, usando-os para fabricar produtos farmacêuticos
que seriam obtidos a partir do leite. A ovelha Dolly teve de ser abatida aos
seis anos de idade devido a um tumor no pulmão, causado por um vírus, além de
sofrer de artrite, o que não é vulgar numa ovelha relativamente jovem.
Clonar animais para fornecer órgãos como, coração, fígado, e
outros órgãos. O maior empecilho para o uso de porcos em transplantes, a
rejeição, poderá ser contornado pela clonagem. Para evitar a rejeição, é
possível alterar geneticamente os porcos. Não se pode ainda mudar todo um
animal adulto. Mas alterar uma célula, sim. Isso basta para criar um clone
transgénico. Esperemos que ninguém fique transformado com espírito de porco!
Quanto à clonagem de humanos. Algumas pessoas
desinformadas, aparentemente em busca de sensacionalismo, têm visualizado
populações clonadas de humanos, orientadas por engenheiros genéticos, em que
apenas existam as características mais desejáveis da personalidade. Alguns
teorizam que pessoas como Einstein - prodígios mentais - ou grandes atletas -
poderiam ser duplicados artificialmente pela clonagem. Apesar de este objectivo
ser muito controverso, existem muitos defensores, tais com o italiano Severino
Antinori e o norte-americano Rael, líder de uma seita defensora da clonagem
humana. Esta seita tem como membros biólogos e especialistas. No futuro,
afirmam os defensores da clonagem humana, nada pode impedir que:
-Um casal que não pode ter filhos por um processo natural, o não
possa fazer através da clonagem.
-A interrupção não desejada no desenvolvimento de um feto, não
possa ser concluída através da clonagem.
-Um casal homossexual não possa ter filhos através da clonagem.
-Uma criança morta prematuramente não possa reviver através da
clonagem
2-A clonagem terapêutica
Neste caso o embrião é deixado no útero apenas até que a massa
celular interna possa ser usada para obter células-tronco embrionárias que
possam ser mantidas em cultura, para posteriormente serem usadas. Tem por
objectivo a obtenção de tecidos ou órgãos destinados a fins médicos.
Estamos perante um tipo de clonagem que tem gerado um largo
consenso favorável entre a comunidade científica. Entre as possibilidades
geradas por esta técnica indicam-se as seguintes:
-Permitir desenvolver todo o tipo de tecidos (incluindo nervos,
músculos, sangue e ossos) a partir de células mães, isto é, das que constituem
um embrião com poucos dias antes de estas começarem a diferenciar-se.
-A possibilidade de substituir tecidos danificados por tecidos
sãos, o que permitiria "curar" muitas enfermidades degenerativas que
hoje não têm cura, como a doença de Parkinson, Alzheimer e certas debilidades
cardíacas.
-A resolução do problema da rejeição dos transplantes. Se uma
pessoa recebe um tecido que provém do seu próprio corpo, o sistema imunológico
não o ataca. Esta técnica foi já comprovada em ratos.
3ª Questão: Opiniões conflituantes de
Russel E. Saltzman (pastor) e George Annas (jurista) com a de Panos Zavos
(especialista da reprodução).
Opinião de Russel Saltzman: Ele
pergunta: “O que será melhor para acriança?” É a única questão importante. Será
que o melhor para a criança é ser um clone? Assim superficialmente parece-me
ridículo”. “É a vida…a vida a partir dos mortos. Nós remexemos no que matamos,
em nosso proveito”.
Opinião de George Annas: “Me
preocupa a mudança da definição do significado ser humano”...”Todo a nossa
natureza, todos os nossos laços familiares, todo o nosso ser gira em torno da
reprodução sexual”… “A clonagem, na realidade, e por definição trata a criança
como um produto”
Opinião de Panos Zavos: “ É o que
as pessoas querem. Hoje pedem uma nova forma de ajuda na área da fertilidade, e
as pessoas que não têm testículos, as pessoas que não têm ovários, poderão
passar para um nível diferente”…”Não vamos adulterar cadáveres ou deformar
bebés para lá chegarmos. Banir, não irá fazer com que desapareça”. E pergunta:”
Como iremos reagir quando os clones conviverem connosco?”.
A minha opinião A
questão da clonagem humana não pode ser reduzida apenas a um problema técnico.
Está em jogo não apenas a vida de um novo ser, mas a sua própria dignidade
enquanto pessoa. Ao clonar-se as células de um ser humano, destrói-se a própria
identidade do novo ser. Deixamos de ter indivíduos, e como tais, únicos e
irrepetíveis, para termos múltiplos sem dignidade própria.
4ª Questão: Opinião sobre a meta-clonagem.
No que diz respeito á criação de animais e nomeadamente de frangos
para engordar rapidamente, penso que apresenta problemas sérios ao nível da
saúde pública. Além de possíveis riscos para a saúde pública e o meio ambiente,
a manipulação genética dos organismos vivos levanta questões morais e éticas.
Os cientistas correm o risco de mudar a natureza da própria vida. A humanidade
começará a encarar as espécies como simples informações genéticas volúveis.
Isto levará a um modo totalmente novo de avaliar não só a nossa relação com a Natureza,
mas também o modo como a usamos. Será que a vida tem um valor intrínseco ou
apenas utilitário? Qual é a nossa obrigação em relação às gerações futuras?
Qual é a nossa responsabilidade para com as criaturas com as quais
coexistimos?”
5ª Questão: Consequências da clonagem na
preservação das espécies.
Como acontece com outras áreas da ciência tem-se criado muitas
expectativas optimistas sobre o que poderia ou não ser feito através da
clonagem. Também sempre aparecem verdadeiras fraudes científicas por parte de
pessoas ávidas de protagonismo e fama, como aconteceu com o sul-coreano Woo-Suk
Hwang que afirmou que pelo menos nove das onze linhagens de célula tronco
embrionárias humanas teriam sido obtidas através da clonagem.
Seria bom que através da clonagem se preservassem todas as
espécies, incluindo as já extintas? Verdadeiramente tenho dúvidas, pois a
Natureza tem-se encarregado de prover um equilíbrio de forma a podermos viver
em harmonia com essa mesma natureza. Alterar essa harmonia é correr sérios riscos
de se tornar incontrolável. A actual diversidade poderia extinguir-se. Cada dia
são descobertas novas espécies de animais e plantas na Amazónia. Outras
deixarão de existir. Para quê clonar espécies já extintas? Porquê preocupar-nos
com isso, se temos no planeta problemas bem mais sérios, como a poluição do ar
e do solo, a contaminação das águas, a destruição das florestas e acumulação de
lixos, que têm colocado o nosso planeta numa agonia de morte?
6ª Questão: Reflexão sobre as aplicações
que a clonagem pode oferecer ao Mundo segundo o filme.
Penso que o filme entra bastante no campo das possibilidades, que
poderão ou não vir a concretizar-se mediante a clonagem. Usar a clonagem humana
para fins terapêuticos parece ter consenso na maioria das pessoas, especialmente
das que padecem de doenças incuráveis como o ex-actor Cristopher Reeve ou a
aquela senhora com problemas hepáticos, Andrea Gordon. Mas mesmo assim isso
levanta sérias questões éticas. Se a fecundação de um óvulo dá origem a um ser
vivo, isto significa que muitos embriões serão mortos para que se possa
produzir o que é necessário para os fins terapêuticos pretendidos.
Por outro lado produzir seres humanos através da clonagem é um
completo disparate ao nível ético bem como ao nível do bom senso. Apenas mentes
doentias similares a Rael e seu movimento podem continuar a apoiar tal atentado
á natureza humana. Entendo que proibir a clonagem em geral é uma boa
oportunidade para o homem demonstrar que tem controlo sobre os avanços
tecnológicos da ciência e assumir as suas responsabilidades de manter a
dignidade da pessoa humana, bem como preservar a Natureza do planeta com a sua
diversidade e equilíbrio.
Por esta razão a Organização das Nações Unidas é contra a clonagem
humana, numa votação dividida. A ONU pede para que os países criem ou reforcem
suas leis para proibir a clonagem humana, mesmo quando destinado para fins
terapêuticos. A declaração foi aprovada com 71 votos a favor, 35 votos contra e
43 abstenções em 1985. E segundo uma informação da rádio ONU de 22 de Outubro
de 2010, e transcrita no site:
A sede da Unesco em Paris vai receber a 17 ª sessão do Comité
Internacional de Bioética para o debate de três temas: o princípio do respeito
pela vulnerabilidade humana; as implicações éticas da medicina tradicional e a
clonagem humana. O primeiro assunto será o respeito pela vulnerabilidade humana
e integridade pessoal. O princípio está estabelecido no artigo 8 da Declaração
Universal sobre Bioética e Direitos Humanos de 2005.
Programa de Trabalho
Os participantes deverão incluir suas conclusões em um relatório
que abrange vulnerabilidade em contextos clínicos, pesquisas em seres humanos e
em aplicações biotecnológicas.
Outro grupo de trabalho do Comité irá apresentar seu projecto de
relatório preliminar sobre medicina tradicional e suas implicações éticas. O
assunto foi introduzido este ano no programa de trabalho do Comité devido a sua
importância para os países em desenvolvimento, onde cerca de 80% da população
utilizam a medicina tradicional para cuidados básicos de saúde.
Medicina Tradicional
O estudo ressalta a necessidade de regulamentações e normas éticas
nas práticas de medicina tradicional e também em pesquisas relacionadas.
Clonagem A questão da clonagem humana será o tema do segundo dia.
O Comité Internacional de Bioética da Unesco concluiu uma análise
sobre o assunto, em 2009, e espera, agora, actualizar o debate com novidades
científicas e aspectos sociais e jurídicos mais recentes.
O relatório deste ano deve incluir, por exemplo, diferentes opções
para a regulamentação jurídica da clonagem humana reprodutiva.
A 17 ª sessão do Comité será realizada entre os dias 26 e 27 de
Outubro, em Paris. Todas as reuniões são abertas ao público.
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